segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Calvin Klein


Peças simples, sóbrias, fluídas e essencialmente confortáveis, mas sem abrir mão de tecidos refinados, qualidade no acabamento e construção sofisticada. Um visual totalmente casula chique. Campanhas sexys, originais e polêmicas onde modelos mostram seus corpos em poses sensuais e provocativas. A marca CALVIN KLEIN é sinônimo de chique, casual, sensual, e provocante, conquistando um lugar de destaque no panteão do universo fashion.
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A história
O estilista Calvin Richard Klein nasceu no dia 19 de novembro de 1942 no tradicional bairro do Bronx em Nova York e desde criança sempre foi apaixonado por moda, acompanhando sua mãe nas compras de roupas. Ainda menino, aprendeu sozinho a desenhar e a costurar. Seu autodidatismo lhe rendeu bolsas de estudo naNew York High School of Art and Design (escola secundária especializada em arte) e no Fashion Institute of Technology, conhecido como FIT, uma das maiores instituições de ensino superior de moda dos Estados Unidos, em que se formou em 1962. Depois de trabalhar como aprendiz em uma loja de casacos, ele e seu amigo de infância, Barry Schwartz, com US$ 10 mil de capital, lançaram sua primeira coleção masculina e feminina de paletós, casacos e capas em 1968. Surgia a marca CALVIN KLEIN. A combinação do talento de designer de Klein e a grande percepção administrativa de Schwartz, logo chamaram a atenção do mundo glamoroso da moda. O primeiro grande sucesso surgiu quase imediatamente, ao chamar a atenção do presidente da loja de departamento Bonwit Teller que, impressionado com o estilo minimalista do jovem designer, proporcionou-lhe uma enorme encomenda no valor de US$ 50.000, uma quantia bastante significativa para a época, principalmente se considerar que Calvin Klein ainda era um ilustre desconhecido. O executivo o viu empurrando uma arara de roupas pelo corredor e, fascinado, fechou o negócio.
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O maior reconhecimento viria em 1973, quando o estilista entrou para a história do mundo da moda ao receber o prestigiado prêmio Coty Award, o qual viria a receber novamente em 1974 e 1975. Pouco depois, lançava uma coleção de roupas esportivas femininas, seguida de outras coleções voltadas para o público feminino. As linhas clássicas e suaves começaram a aparecer em coleções sportswear, com japonas, suéteres de gola rolê e calças estreitas. No final dessa década o nome CALVIN KLEIN começou a ser reconhecido no mundo todo, especialmente depois do lançamento de sua coleção de calças jeans por preços acessíveis, estrelada por uma campanha comercial em que a jovem Brooks Shields era a personagem. Foi o primeiro estilista a colocar o jeans na passarela, provocando os mais conservadores. Mesmo assim foi seguido pelos demais estilistas da época e o jeans definitivamente conquistou espaço na sociedade. Nesta época, com a sobriedade como sua marca registrada, caminhou para uma criação mais sofisticada, utilizando tecidos como a seda, o crepe, linhos e lãs, para criar roupas de linha alongada, de ombros estruturados, sempre respeitando os conceitos de harmonia de proporções.
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Na década de 80 a grife resolveu diversificar seus produtos com o lançamento de coleções de roupas íntimas e perfumes que fariam enorme sucesso junto ao público. Outra tendência internacional dos anos 90 seguida à risca por Calvin Klein foi a criação de uma marca alternativa, a cK CALVIN KLEIN, que representa uma versão jovem, urbana e colorida das linhas de roupas masculinas, femininas e de acessórios da marca. Nesta década marca possuía 6 lojas nos Estados Unidos, e outras espalhadas em vários países como Espanha, Japão, França, Suíça e Cingapura.
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Em fevereiro de 2003, seguindo a tendência das grandes casas de moda e dos produtos de luxo internacionais, Calvin Klein vendeu a marca para o grupo norte-americano Philips-Van Heusen (PVH) por US$ 438 milhões em dinheiro, além de US$ 30 milhões em ações e participação nas vendas até 2018, mas continuou trabalhando como consultor de criação. Meses depois, contratou o brasileiro Francisco Costa e o italiano Ítalo Zucchelli para desenhar, respectivamente, as coleções feminina e masculina. Embora pouco conhecido no Brasil e no mundo, o mineiro Francisco Costa, já tinha no currículo passagens pelas maisons Oscar de la Renta e Gucci antes de assumir o desafio. Sua coleção de estréia, em setembro, acumulou elogios da imprensa internacional. Em agosto de 2004, enquanto Costa preparava mais uma elogiadíssima participação na semana de moda de Nova Iorque, Calvin Klein circulava tranqüilamente de bermudão e sandálias Havaianas pela praia de Ipanema, entre uma das muitas vindas recentes ao Brasil, especialmente ao Rio de Janeiro.
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A linha do tempo
1974
● Criação da Calvin Klein Acessories para produzir malas, cintos e lenços.
1978
● Lançamento do Calvin (primeiro perfume masculino da marca), completa linha de maquiagem e cosméticos, especialmente para o cuidado da pele.
1982
● Lançamento da coleção de roupas íntimas, sendo a primeira vez na história da moda que roupas íntimas masculinas eram consideradas itens da alta costura. As cuecas CALVIN KLEIN tinham desenho único, levando o nome da grife gravado no elástico da cintura. Pela primeira vez, as boas e velhas cuecas, até então apenas funcionais e confeccionadas sem a menor preocupação estética, foram elevadas ao posto de objetos de desejo tanto pelo design quanto pela provocação das campanhas.
1985
● Lançamento do perfume
Obssession, com uma polêmica campanha publicitária com conteúdo homossexual, sob o comando do fotógrafo Bruce Weber. Vários jornais americanos se recusaram a publicar o anúncio, mesmo assim o perfume, que custava US$ 170, se transformaria num estrondoso sucesso. A campanha custou impressionantes US$ 17 milhões.
1988
● Lançamento do perfume
Eternity com essências florais. Também contava com uma linha de creme para o corpo com a mesma essência do perfume.
1989
● Inauguração da primeira loja, localizada no subúrbio de Dallas, que vendia a linha tradicional, esportiva, roupas íntimas, acessórios, calçados, cosméticos e perfumes.
1991
● Lançamento da linha de óculos, valorizando o conforto com design simples, sutilmente sexy e moderno.
● Lançamento do perfume feminino
Escape.
1995
● Lançamento, sob licença, de uma coleção para casa composta toalhas, toalhas de mesa, entre outros itens.
1993
● Primeira grife de alta costura a lançar um perfume unissex com a introdução do CK One seguido da campanha publicitária “Be Good. Be Bad. Just Be”.
● Lançamento do perfume
Escape na versão masculina.
1998
● Lançamento da coleção de óculos
Classic Edition, série de armações de receituário inspirada em design de óculos antigos. Basicamente de metal, linhas arredondadas e no estilo flutuante, têm um delicado trabalho na ponte tal qual as peças do passado.
2004
● Lançamento do perfume CK One Summer.
2005
● Lançamento dos perfumes
Obsession Night e Euphoria.
2007
● Lançamento do perfume CK
IN2U.
2008
● Lançamento do perfume masculino Euphoria Intense.
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A marca no cinema
Para apreciadores da cultura pop dos anos 80, é inesquecível a referência ao estilista norte-americano imortalizada em De Volta Para o Futuro, dirigido por Robert Zemeckis, em 1985. As cuecas assinadas por CALVIN KLEIN renderam umas das cenas mais divertidas do filme. O personagem de Michael J. Fox (Marty McFly) acidentalmente volta aos anos 50, acaba atrapalhando o encontro dos próprios pais, quando é atropelado e socorrido pela mãe, a então jovem Lorraine, interpretada por Lea Thompson. Intrigada com as roupas estranhas do rapaz, Lorraine vê o nome CALVIN KLEIN em destaque na cueca de Marty e deduz que esse seja o nome do rapaz - na época, era comum bordar o nome nas roupas, costume bem diferente da logomania que rege a moda contemporânea. A jovem insiste em chamar Marty de “Calvin” até o fim do filme, em situações hilárias.
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Propagandas que fizeram história
A história da marca é pontuada por campanhas publicitárias ousadas, agressivas e polêmicas. A revolução na propaganda publicitária de moda capitaneada por Calvin Klein ocorreu em 1980, em uma campanha do célebre fotógrafo norte-americano Richard Avedon tendo como estrela a atriz Brooke Shields aos 15 anos, ainda sob o impacto do lançamento do filme A lagoa azul. A bela vestia apenas um jeans e, ao lado, com aparência ingênua e provocativa, a sugestiva frase “Não há nada entre meu jeans Calvin e eu”(Nothing stood in the way of her and her Calvins). O anúncio foi um escândalo, mas aumentou o faturamento da marca em mais de US$ 160 milhões. A polêmica não parou por aí.
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Contratada em 1992, aos 18 anos, a super modelo inglesa Kate Moss foi eleita a musa do estilista e definida como ícone daquela geração. Entre as campanhas mais marcantes para a marca, estão a do perfume Obsession, em que aparece nua, e a da coleção de roupas íntimas, em que posa de calcinhas ao lado do ator Mark Wahlberg. Para engrossar a fileira de polêmicas, Kate era famosa na época pela freqüentes noitadas e as seguidas estadas em clínicas de reabilitação. A magreza anoréxica e o ar de pós-lolita da modelo se tornaram referência estética nos anos 90 e, pela primeira vez, a influência dos editoriais de moda começou a ser questionada. Grupos de conservadores se revoltaram com a idéia de ter a modelo como exemplo para suas filhas, mas o escândalo serviu para promover ainda mais a marca.
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As campanhas masculinas da CALVIN KLEIN, especialmente as de roupas íntimas e perfumes, provocam tanto ou mais rebuliço quanto as femininas. Tudo começou com os ensaios para lá de sensuais com Mark Wahlberg nos anos 90, em que o então rapper e aspirante a ator, exibia a barriga sarada a bordo das básicas cuecas brancas da marca. Tal campanha, aliás, foi a responsável por detonar crises de auto-imagem e insegurança em homens de todo o mundo, segundo um estudo conduzido em 2002 por psicólogos da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, cujos resultados apontaram que a crescente exposição de homens de corpos perfeitos e musculosos na mídia despertava insegurança no público masculino. Já em abril de 2002, um pôster de outra campanha de underwear da marca de quase 20 metros de altura com o modelo australiano Travis Fimmel seminu, em plena Oxford Street, em Londres, foi removido por tratar-se supostamente de “ameaça” ao trânsito do local. Nunca se teve notícia de acidentes, mas o anúncio foi submetido à análise pelo órgão regulador de publicidade no Reino Unido, oAdvertising Standards Authority, diante das reclamações de pessoas que o consideraram indecente. No mês seguinte, a campanha foi considerada inofensiva e ganhou mundo novamente.
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Dados corporativos
● Origem:
Estados Unidos
● Fundação:
1968
● Fundador: Calvin Klein e Barry Schwartz
● Sede mundial:
New York City, New York
● Proprietário da marca:
Phillips-Van Heusen Corporation
● Capital aberto: Não
● Presidente:
Tom Murry
● CFO:
John Van Glahn
● Estilista: Francisco Costa e Ítalo Zucchelli
● Faturamento:
US$ 5 bilhões (estimado)
● Lucro:
Não divulgado
● Lojas:
+ 120
● Presença global:
+ 120 países
● Presença no Brasil:
Sim
● Funcionários: 1.300
● Segmento:
Roupas e acessórios
● Principais produtos: Roupas e acessórios, perfumes, jeans
● Ícones:
Os perfumes e os jeans
● Website:
www.calvinklein.com
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A marca no mundo
A marca CALVIN KLEIN vende sua linha de produtos compostas por roupas, calçados, perfumes, cosméticos e acessórios como cintos, bolsas, malas, guarda-chuvas, chaveiros, carteiras, entre outros itens, em mais de 120 lojas próprias e inúmeras lojas de departamento e multimarcas espalhadas por mais de 100 países.
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As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek e Isto é Dinheiro), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers).

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